Dia Mundial da Luta contra a Desertificação destaca importância das florestas

Tema central do Dia Mundial da Luta contra a Desertificação 2011 alerta para a importância das florestas na erradicação da pobreza nas regiões secas.

Hoje pessoas do mundo todo irão dedicar parte de suas atividades em prol da promoção do combate à desertificação, em comemoração ao Dia Mundial da Luta contra à Desertificação.

As Nações Unidas definiram o ano de 2011, como o Ano Internacional das Florestas, e seguindo este foco, o dia 17 de junho, dará atenção à importância das florestas na erradicação da pobreza nas regiões secas, defendendo o tema As Florestas mantêm a terra viva.

“Este é nosso lema para o ano de 2011. A comunidade científica tem informação sobre as florestas temperadas e tropicais. Queremos aproveitar esta data para fazer chegar ao grande público informações sobre as florestas de terras secas, que correspondem a 18% do solo das zonas áridas, segundo informou a FAO”, afirma Luc Gnacadja, Secretário Executivo da Convenção das Nações Unidas de luta contra a Desertificação (UNCCD, sigla em inglês).

Também conhecidas como florestas secas tropicais e florestas dos países com baixa cobertura vegetal, elas exercem papel fundamental para sustento das terras secas, configurando-se como diferencial entre viver na pobreza extrema e desfrutar de um meio de vida sustentável.

Segundo um estudo da International Food and Policy Research Institut, nos anos 80, produtores de Níger plantavam seus cultivos três vezes por temporada, pois as plantas eram cobertas por areia, arrastadas pelo vento. Hoje, os mesmos produtores plantam uma vez por temporada, pois nessa região se levantou uma floresta que protege as sementes. Também, as árvores fornecem forragem suficiente para manter seu gado por seis meses, e ainda lenha, frutas e produtos medicinais para o consumo doméstico e venda. Estes resultados estão animando os produtores dessa região a plantarem mais 5.000 hectares (área equivalente ao tamanho de Costa Rica).

Gnacajda ressaltou que o resto do mundo está se beneficiando indiretamente desses gestores florestais locais: “suas florestas absorvem o excesso de carbono no ar e são um importante santuário para a biodiversidade; e ainda aqueles que vivem no campo estão melhorando suas capacidades para adaptar-se às mudanças climáticas. Isto é verdadeiramente notável”, destacou.

O secretário executivo apontou ainda que “se cada um comprometer-se a plantar uma só árvore numa zona degradada das terras secas e que esta arvore sobreviva ao longo do ano, poderíamos conseguir mais de 2 bilhões de arvores nas terras secas. Daríamos um passo importante no reflorestamento das terras secas, mantendo-as ativas para gerações presentes e futuras”.

Fonte: Agência Brasil

17 de junho – Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca

Como o próprio nome diz, a desertificação é um processo de degradação do solo, da vegetação e dos recursos hídricos, que pode fazer com que a área atingida se torne um deserto. Geralmente, o fenômeno é causado por variações climáticas e pela ação do homem. Para tentar conter essa ameaça, em 1993 teve início a Convenção Internacional de Combate à Desertificação, que terminou no dia 17 de junho de 1994, data que se transformou no Dia Mundial de Luta contra a Desertificação. A Convenção foi assinada por mais de cem países, incluindo o Brasil, e suas resoluções entraram em vigor em 1996.

A desertificação é definida como processo de destruição do potencial produtivo da terra nas regiões de clima árido, semiárido e sub-úmido seco. O problema vem sendo detectado desde os anos 30, nos Estados Unidos, quando intensos processos de destruição da vegetação e solos ocorreram no Meio Oeste americano.

A desertificação ameaça entre 30% a 40% das terras férteis do mundo, além disso, mais de um bilhão de pessoas vivem nestas regiões, das quais dois terços estão localizados na Ásia e na África. No Brasil existem quatro áreas, que são chamadas núcleos de desertificação, onde é intensa a degradação. Elas somam 18,7 mil km² e se localizam nos municípios de Gilbués, no Piauí; Seridó, no Rio Grande do Norte; Irauçuba, no Ceará e Cabrobó, em Pernambuco.

Para combater estes efeitos foi criado o Programa de Ação Nacional de combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAN), sob coordenação da Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente. O programa envolve poderes públicos e a sociedade civil para definir diretrizes e ações para combater e prevenir a desertificação no país.

Em julho de 2008 foi criada a Comissão Nacional de Combate à Desertificação, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente, com a função de estabelecer estratégias de combate à desertificação e mitigar os efeitos da seca, bem como implementar os compromissos assumidos pelo Brasil na Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca, promulgada pelo Decreto nº 2.741, de 20 de agosto de 1998. A Comissão é de caráter interministerial e conta com membros do Ministério da Integração Nacional, do Ministério do Planejamento, Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Educação e Ministério das Cidades.

Estudos do PAE/Ceará

Estudos do Programa de Ação Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca-PAE-CE, apontam que a desertificação no semiárido nordestino vem comprometendo uma área de mais de 180.000 km², e resulta em impactos difusos e concentrados sobre o território e acabam refletindo, além da dimensão ambiental, na social e na econômica, como a diminuição da biodiversidade, da fertilidade do solo, da perda da capacidade produtiva dos grupos familiares, gerando maiores movimentos migratórios, dentre outros.

Relatório do Ministério do Meio Ambiente (MMA) aponta que as perdas econômicas geradas pela desertificação, chegam a cerca de 800 milhões de dólares por ano, e os custos com a recuperação das áreas podem alcançar os dois bilhões de dólares em 20 anos. A maior parte da região semiárida do Nordeste se transformará em área árida até o final do século 21 em consequência do aquecimento global, diz o MMA, baseado em dados do IPCC.

O Estado/CE